terça-feira, 17 de junho de 2014

A fúria do bárbaro e as possibilidades

Salve contadores de histórias!

Resolvi escrever esse post por causa de algumas leituras que ando fazendo sobre a origem da licantropia e deparei-me com algumas informações que me fizeram repensar o conceito de uma das classes de

personagens mais brucutu da fantasia medieval: O bárbaro.

Se você pegar o livro da 3° edição do D&D e ler a definição do que é um bárbaro, vai encontrar a versão  de um guerreiro rústico que em momentos de fúria fica mais forte e dilacera os seus inimigos. É a opção preferia do jogador porradeiro, aquele que visa muito combate durante o jogo.

Dentro do conceito de bárbaro proposto pelos livros de RPG que abordam essa classe em jogos de fantasia medieval ( o selvagem e não aquele que faz parte de uma cultura estrangeira), percebi que conceitualmente ele pode ser enriquecido. Para começar, o termo " bárbaro" é muito vago, diferente do conceito de um guerreiro berserk que está associado ao xamanismo, cultura nórdica e outras. Esse estado de ira pode até ser  associado com  licantropia, pois seria através da transformação que o guerreiro viraria uma besta irracional que dilacera todos a sua volta. Nesse BLOG você encontrará muita informação interessante sobre essa versão. Essa relação da fúria bárbara com o xamanismo é super interessado, pois esse fato influencia diretamente nas crenças do personagem e na sua forma de enxergar o mundo. Imagine que sendo um termo genérico, ele abrange tipos de diferentes de culturas e isso poderia refletir na forma com que usa as suas habilidades. A mecânica abaixo refere-se aos D&D3.5 e pela semelhança, acredito que sirva para Pathfinder também.

Liquido mágico: Ao consumir uma substância produzida  pelo Xamã que guia os passos da sua tribo. Sem a substância, não seria possível usar os poderes. Semelhante ao que acontece com os personagem Asterix e Obelix. Nos quadrinhos/ filme qualquer um que toma a poção, ganha a vantagem, mas você pode adaptar e dizer que no seu mundo somente os membros daquela tribo foram ritualisticamente preparados para ingerir aquele liquido puro e poderoso. Qualquer outro que usar beber, terá uma morte rápida e dolorosa.

Mecânica: Essa ideia combina com a fúria básica acrescentando + 4 nos testes de força e constituição e +2 nos testes de vontade aos bônus já ganhos. Então, ficaria: Força +8, Constituição +8 e vontade +4. De resto, fica igual ao que está no livro. Acredito que a possibilidade de ficar sem o liquido por dias, ou em um momento critico, compensa os modificadores turbinados!

Presa exclusiva A fúria só é despertada na presença de uma criatura especifica. O simples cheiro ou a observação distante altera os sentidos do personagem. Esse exemplo pode ser visto no livro O Bento, do autor André Vianco. No livro, os bentos são pessoas destinadas a combater os vampiros que dominam uma terra pós apocalíptica. Eles  entram em frenesi e exterminam qualquer morto vivo que esteja próximo, sem hesitar, sem medo e sem medir esforços. Bacana, não? Apesar de combinar com um perfil alterado de paladino, combina com o de bárbaro também. Digamos que a sua tribo nutre um ódio milenar por uma criatura em especifico e apenas uma. Você seria um tipo de predador natural que fica mais forte para abater a caça.

Um frenesi igual ao do bárbaro frenético, mas direcionado a um alvo, ou um conjunto de alvos similares. No exemplo acima o ataque seria direcionado a qualquer vampiro na área e termina quando todos morrerem ou fugirem.

A fúria louca, o frenesi, estado em que a criatura fica violenta e irracional, é uma faca de dois gumes muito interessante de ser interpretado. Quem joga, ou pelo menos conhece, os cenários de vampiro a mascara e/ ou lobisomem o apocalipse, sabe o que estou dizendo. Você se torna uma arma eficaz contra os inimigos, mas no fim, uma dor de cabeça para o próprio grupo! No anime Record of Lodoss War, um dos personagens é um Berserk que causa bastante estragos ( assim como a classe de prestigio bárbaro frenético do o completo do guerreiro. Vale a pena conferir, serve de inspiração.

Mecânica: Similar ao frenesi do bárbaro frenético, adicionando +2 nos testes de ataque e dano ( similar a vantagem inimigo predileto do Ranger). A desvatagem é que esse poder só seria ativado na presença de um tipo de rival e cessaria na sua ausência, morte ou esgotamento total do número diario da furia ( um uso atrás do outro, acumulando a fadiga)

Fúria perto da morte: Lembrei-me do sistema 3D&T e sua desvantagem agregada aos ataques especiais, chamada perto da morte. Para quem não conhece, é uma desvantagem que impede o uso de uma vantagem  até o momento em que o personagem esteja bem perto de atingir zero pontos de vida. Pense em uma variação desta regra, no qual o verdadeiro poder do bárbaro desperta quando a sua vida se esvai e ele está próximo de tombar. Não lembro de nenhum exemplo famoso, então se alguém aí lembrar, deixe nos comentários.

Mecânica: Frenesi ativado apenas quando você com o minimo de pontos de vida. Poderia ser igual ao seu valor de constituição+ nível na classe de bárbaro ou menos. Vantagem? Que tal força +8 em vez de + 6 da habilidade básica? Parece muito, mas para quem está limitado a usar tão perto de zerar os pontos de vida, eu acho válido.

Fúria com efeitos colaterais físicos: Se você já assistiu Yu yu Hakusho, basta lembrar-se do Yusuke quando ele é possuído pelo pai e freneticamente mata o Sensui que não tem a menor chance de revide. A adaptação desse conceito poderia ser o bárbaro adquirindo traços mais selvagens e amedrontadores por algumas horas, ou dias. Isso prejudicaria as relações sociais do personagem durante esse período, exceto intimidação que ficaria melhor! ( o que não seria nenhum problema para alguns rsrsrs) Eu acho interessante que o efeito dure alguns dias ( quantos?) e que seja acumulativo, deixando  o personagem cada vez mais bestial  e menos racional? Depois de alguns dias sem invocar a "besta interior" que o domina, ele voltaria ao normal progressivamente com o passar dos dias. Eu acho essa ideia muito interessante e com um excelente potencial interpretativo ( quem disse que D&D tem que ser só porrada?).

Mecânica: Frenesi com -2 de carisma e +6 em intimidação como efeito colateral posterior. Não chega a ser lá uma grande desvantagem para quem faz personagens bárbaros, né? Mas traz um elemento novo que pode ser explorado no jogo.

No blog Halls of Valhalla RPG você encontra a versão da fúria prevista na quinta edição do D&D. É facilmente adaptado para D&D3.5 e Pathfinder.

No Conan RPG que já sendo traduzida pelo Mestre Veterano a mais de um ano ( ninguém está sendo pago por isso, então leva tempo) e que em breve será publicado, traz um bárbaro sem fúria, sendo esta habilidade substituída por outras habilidades mais condizentes com o cenário. Quem sabe ainda esse ano saia essa tradução para que possamos disponibilizar aqui no blog para a diversão de todos.

É isso aí galera. Quem quiser complementar as informações desse post com dicas de livros, filmes, sites e outros, fique a vontade. Vamos nos divertir, enriquecendo as possibilidades durante o jogo. Essas dicas não são nenhum tomo sagrado, assim como as regras oficiais não o são, então abram suas mentes e enxerguem além do material oficial. As ideias foram expostas aqui exatamente para incentivar o processo criativo e sairmos da mesmice. Se você acha que é tudo um grande lixo e se contenta com o que tem, boa sorte. Aguardo a colaboração do restante.

E que rolem os dados!

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