Resolvi escrever esse post por causa de algumas leituras que ando fazendo sobre a origem da licantropia e deparei-me com algumas informações que me fizeram repensar o conceito de uma das classes de
personagens mais brucutu da fantasia medieval: O bárbaro.
Se você pegar o livro da 3° edição do D&D e ler a definição do que é um bárbaro, vai encontrar a versão de um guerreiro rústico que em momentos de fúria fica mais forte e dilacera os seus inimigos. É a opção preferia do jogador porradeiro, aquele que visa muito combate durante o jogo.
Dentro do conceito de bárbaro proposto pelos livros de RPG que abordam essa classe em jogos de fantasia medieval ( o selvagem e não aquele que faz parte de uma cultura estrangeira), percebi que conceitualmente ele pode ser enriquecido. Para começar, o termo " bárbaro" é muito vago, diferente do conceito de um guerreiro berserk que está associado ao xamanismo, cultura nórdica e outras. Esse estado de ira pode até ser associado com licantropia, pois seria através da transformação que o guerreiro viraria uma besta irracional que dilacera todos a sua volta. Nesse BLOG você encontrará muita informação interessante sobre essa versão. Essa relação da fúria bárbara com o xamanismo é super interessado, pois esse fato influencia diretamente nas crenças do personagem e na sua forma de enxergar o mundo. Imagine que sendo um termo genérico, ele abrange tipos de diferentes de culturas e isso poderia refletir na forma com que usa as suas habilidades. A mecânica abaixo refere-se aos D&D3.5 e pela semelhança, acredito que sirva para Pathfinder também.
Liquido mágico: Ao consumir uma substância produzida pelo Xamã que guia os passos da sua tribo. Sem a substância, não seria possível usar os poderes. Semelhante ao que acontece com os personagem Asterix e Obelix. Nos quadrinhos/ filme qualquer um que toma a poção, ganha a vantagem, mas você pode adaptar e dizer que no seu mundo somente os membros daquela tribo foram ritualisticamente preparados para ingerir aquele liquido puro e poderoso. Qualquer outro que usar beber, terá uma morte rápida e dolorosa.
Mecânica: Essa ideia combina com a fúria básica acrescentando + 4 nos testes de força e constituição e +2 nos testes de vontade aos bônus já ganhos. Então, ficaria: Força +8, Constituição +8 e vontade +4. De resto, fica igual ao que está no livro. Acredito que a possibilidade de ficar sem o liquido por dias, ou em um momento critico, compensa os modificadores turbinados!
Presa exclusiva A fúria só é despertada na presença de uma criatura especifica. O simples cheiro ou a observação distante altera os sentidos do personagem. Esse exemplo pode ser visto no livro O Bento, do autor André Vianco. No livro, os bentos são pessoas destinadas a combater os vampiros que dominam uma terra pós apocalíptica. Eles entram em frenesi e exterminam qualquer morto vivo que esteja próximo, sem hesitar, sem medo e sem medir esforços. Bacana, não? Apesar de combinar com um perfil alterado de paladino, combina com o de bárbaro também. Digamos que a sua tribo nutre um ódio milenar por uma criatura em especifico e apenas uma. Você seria um tipo de predador natural que fica mais forte para abater a caça.
Um frenesi igual ao do bárbaro frenético, mas direcionado a um alvo, ou um conjunto de alvos similares. No exemplo acima o ataque seria direcionado a qualquer vampiro na área e termina quando todos morrerem ou fugirem.
A fúria louca, o frenesi, estado em que a criatura fica violenta e irracional, é uma faca de dois gumes muito interessante de ser interpretado. Quem joga, ou pelo menos conhece, os cenários de vampiro a mascara e/ ou lobisomem o apocalipse, sabe o que estou dizendo. Você se torna uma arma eficaz contra os inimigos, mas no fim, uma dor de cabeça para o próprio grupo! No anime Record of Lodoss War, um dos personagens é um Berserk que causa bastante estragos ( assim como a classe de prestigio bárbaro frenético do o completo do guerreiro. Vale a pena conferir, serve de inspiração.
Mecânica: Similar ao frenesi do bárbaro frenético, adicionando +2 nos testes de ataque e dano ( similar a vantagem inimigo predileto do Ranger). A desvatagem é que esse poder só seria ativado na presença de um tipo de rival e cessaria na sua ausência, morte ou esgotamento total do número diario da furia ( um uso atrás do outro, acumulando a fadiga)
Fúria perto da morte: Lembrei-me do sistema 3D&T e sua desvantagem agregada aos ataques especiais, chamada perto da morte. Para quem não conhece, é uma desvantagem que impede o uso de uma vantagem até o momento em que o personagem esteja bem perto de atingir zero pontos de vida. Pense em uma variação desta regra, no qual o verdadeiro poder do bárbaro desperta quando a sua vida se esvai e ele está próximo de tombar. Não lembro de nenhum exemplo famoso, então se alguém aí lembrar, deixe nos comentários.
Mecânica: Frenesi ativado apenas quando você com o minimo de pontos de vida. Poderia ser igual ao seu valor de constituição+ nível na classe de bárbaro ou menos. Vantagem? Que tal força +8 em vez de + 6 da habilidade básica? Parece muito, mas para quem está limitado a usar tão perto de zerar os pontos de vida, eu acho válido.
Fúria com efeitos colaterais físicos: Se você já assistiu Yu yu Hakusho, basta lembrar-se do Yusuke quando ele é possuído pelo pai e freneticamente mata o Sensui que não tem a menor chance de revide. A adaptação desse conceito poderia ser o bárbaro adquirindo traços mais selvagens e amedrontadores por algumas horas, ou dias. Isso prejudicaria as relações sociais do personagem durante esse período, exceto intimidação que ficaria melhor! ( o que não seria nenhum problema para alguns rsrsrs) Eu acho interessante que o efeito dure alguns dias ( quantos?) e que seja acumulativo, deixando o personagem cada vez mais bestial e menos racional? Depois de alguns dias sem invocar a "besta interior" que o domina, ele voltaria ao normal progressivamente com o passar dos dias. Eu acho essa ideia muito interessante e com um excelente potencial interpretativo ( quem disse que D&D tem que ser só porrada?).
Mecânica: Frenesi com -2 de carisma e +6 em intimidação como efeito colateral posterior. Não chega a ser lá uma grande desvantagem para quem faz personagens bárbaros, né? Mas traz um elemento novo que pode ser explorado no jogo.
No Conan RPG que já sendo traduzida pelo Mestre Veterano a mais de um ano ( ninguém está sendo pago por isso, então leva tempo) e que em breve será publicado, traz um bárbaro sem fúria, sendo esta habilidade substituída por outras habilidades mais condizentes com o cenário. Quem sabe ainda esse ano saia essa tradução para que possamos disponibilizar aqui no blog para a diversão de todos.
É isso aí galera. Quem quiser complementar as informações desse post com dicas de livros, filmes, sites e outros, fique a vontade. Vamos nos divertir, enriquecendo as possibilidades durante o jogo. Essas dicas não são nenhum tomo sagrado, assim como as regras oficiais não o são, então abram suas mentes e enxerguem além do material oficial. As ideias foram expostas aqui exatamente para incentivar o processo criativo e sairmos da mesmice. Se você acha que é tudo um grande lixo e se contenta com o que tem, boa sorte. Aguardo a colaboração do restante.
E que rolem os dados!
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