sábado, 5 de julho de 2014

Background - Balthus Valerus

Background de Balthus Valerus
Nascido em: Sul da Aquilônia (Cidade de Hystria)



Duzentos anos de torturas e massacres, esse é o resumo da família Valerus. Familia de origem nobre, sempre lembrada por sua devoção e dedicação ao governo, e da forma cruel com que exercia as ordens dadas pelo rei. Dion foi o grande patriarca da família Valerus, conquistando terras e escravos com sua servidão ao governo, fazendo o serviço sujo e sanguinário ordenado pelo rei.

No ano de 1143, na cidade de Hystria, nasce Balthus Valerus, filho de Dion Valerus e Mirela Valerus. Balthus cresceu sendo pressionado a herdar o posto de seu pai, como filho mais velho de Dion, seu pai exigia rigorosamente horas de estudos e treinos sobre a arte da guerra. Aos 10 anos, Balthus foi iniciado como cavalariço de seu pai, para que pudesse ter mais contatos com soldados e pudesse ver de perto seu pai em ação.

Dion Valerus é comandante das tropas de Hystria. Conhecido como O Torturador, Dion é temido por sua perversidade e sua forma de punir escravos e traidores do Rei Vilerus. Dion sempre forçou Balthus a testemunhar os horrores da guerra e da tortura, mostrando como punir aqueles que se rebelam ao rei. Balthus sempre ouvira de seu pai que a melhor forma de manter a ordem é através do medo e da tirania. Balthus discordava plenamente disso, porém, nunca desviou o olhar ou mostrou fraqueza perante as torturas e matanças realizadas por Dion.

Aos 14 anos, chegara a hora do batismo de Balthus, um costume criado por Dion para ensinar aos seus filhos que não deve haver fraqueza para com seus subalternos e inimigos. Um costume cruel, onde um escravo era torturado até a morte. Quanto mais à tortura durasse e quanto mais o escravo sofresse e gritasse, maior seria o reconhecimento do rapaz na família. Balthus sempre temeu o batismo, ele nunca aceitou esse costume, o rapaz sempre teve afeição pelos escravos e servos de seu pai.

Como mandava a tradição, Dion reuniu todos os homens da família Valerus. Era uma noite quente e abafada, Balthus tremia e suava perante todos aqueles olhares, mas um olhar em especial fazia gelar sua espinha. Seu pai o fulminava, parecia reconhecer o seu medo e a compaixão que existia dentro do rapaz. Balthus avistou o homem negro amarrado no pátio de cerimônia do casarão de sua família, o mesmo homem que o viu crescer e lhe ensinou muitas coisas sobre a natureza, era chamado de Kiziah. Kiziah tinha um filho com a mesma idade de Balthus, com quem dividiu alguns momentos na infância no pouco tempo que conseguia fugir dos olhos do pai. Ao olhar para seu pai, Balthus decidiu que não iria fazer aquilo, que iria enfrentá-lo.

Dion, sentindo-se humilhado, amarrou seu filho ao lado do escravo e açoitou-o até que desmaiasse e depois o acordou com um banho de água e sal. Negando novamente, Balthus foi torturado pela noite.

- Siga em frente garoto, faça o que tem que fazer. Por que sofre tanto por um escravo como eu? _Indagou o Kiziah.

- Por que não é justo o que minha família faz, não aceitarei isso. _Respondeu Balthus.

- Não será assim que irá conseguir mudar o rumo que sua família segue. Não será a escolha mais sábia. Vá em frente rapaz, faça isso. Só lhe peço uma coisa, peço para que torne minha família livre.

Balthus tomou coragem e fez o que deveria ser feito, porém, não torturou o homem, foi mais rápido do que seu pai esperava e matou o homem de uma forma misericordiosa. Balthus ficou preso por dois meses devido a isso. Dion passou a negar a existência do filho e o fez seguir seu caminho. Balthus não desistiu de ser um soldado, amava ser um combatente, mas não seguiria os passos de sua família.

Aos 18 anos, ele tornou-se soldado. Sua habilidade e inteligência para o combate eram reconhecidas pelo comandante Hagar Hadrathus, que o apadrinhou e lhe ensinou algumas formas de combate. Balthus passou dois anos sob o seu comando, aprendendo tudo o que podia no menor tempo possível e fazendo contatos para cumprir a promessa que foi feita a Kiziah, ele estava determinado a mudar tudo aquilo que seu pai praticava.

Era uma noite quente, o suor escorria por dentro da armadura de Balthus, os mosquitos aquela noite eram implacáveis, seu turno parecia não ter fim. Um barulho fez com que o soldado sacasse sua espada, sua visão não conseguia discernir o que acontecia na escuridão, algo se arrastava pelo matagal, seus olhos finalmente enxergaram o homem negro, caído, ferido em meio ao mato, sua boca escorria sangue, seus olhos demonstravam dor e ódio. Um homem montado aproximou-se, sua voz era familiar, era o capataz de seu pai, um homem branco, alto, seus braços eram grossos como um tronco de árvore. Na cintura portava um chicote e uma espada longa, sua voz ecoou pela noite, como um trovão em uma noite tempestuosa.

- Não toque neste negro imundo Balthus, ele pertence ao seu pai. É só mais um monte de estrume tentando fugir. _Disse o capataz.

- Aqui você não tem voz homem, perdeu a sanidade? Está falando com um soldado e a escravidão é proibida nessas terras, meu pai não irá ficar impune por muito tempo, eu irei acabar com isso.

O homem riu, sacou o chicote e laçou o pescoço do negro. Balthus imediatamente cortou o chicote com sua espada, tomando a frente e protegendo o escravo com seu escudo. O combate teve inicio, o capataz de seu pai era extremamente forte, saltou do cavalo em cima de Balthus, por pouco o soldado não foi atingido. Balthus rolou para o lado, ficando de pé e contra atacando, aço contra aço. O capataz fintou Balthus, cortando sua perna e desarmando o soldado. A dor era gritante, o suor escorria nos olhos do soldado, ele estava acuado, o capataz se aproximou, deferindo golpes contra o escudo de Balthus, o soldado veio ao chão e quando o capataz iria desferir o golpe de misericórdia, o homem negro o atinge na cabeça fazendo-o vir ao chão. Balthus tateia o chão até encontrar sua espada, levantando-se para tornar-se a se defender, mas de forma espantosa o homem negro grita e golpeia a cabeça do capataz mais três vezes em uma fúria jamais vista pelo soldado. O capataz estava morto.

O homem negro cai ao chão exausto e ferido, o soldado volta suas atenções agora para o escravo, pegando-o pelo braço e o carregando até seus aposentos. Naquela noite Balthus foi procurar Hagar, para lhe informar o ocorrido, Hagar mesmo contra as atitudes de Dion, sabia que manter o negro ali seria um problema grave. Balthus tratou de esconder o negro e tratá-lo, ele viu que aquele homem teria força e espírito fortes o suficiente para lhe ajudar em seu propósito.

Akuji, esse era o nome do escravo. Balthus viu naquele homem a chance de por em pratica seu plano, ele era exatamente o que o soldado precisava, sua esperança de limpar o nome de sua família e se redimir perante Mitra agora eram reais.

Dois meses se passaram, era uma madrugada quente, Balthus rodeava as terras do pai ao lado de Akuji, o plano de Balthus era posto em prática. Aproveitando que Dion estava longe a serviço de Attelius, Akuji e Balthus entraram silenciosamente, renderam e desarmaram todos os guardas do pai, Akuji era silencioso e forte, um a um os homens eram pegos desprevenidos, rendidos e desacordados. Balthus foi até onde os escravos ficavam presos e os libertaram, silenciosamente os escravos iam fugindo das terras de Dion. Depois de amarrar todos os homens do pai no seleiro, estavam prontos para fugir.

Balthus separou os dois melhores cavalos de seu pai, a viagem seria longa pois depois do que ocorreu ali, ele sabia que não poderia mais ficar naquelas terras, sabia que seria caçado pelo seu pai.

- Homem, não precisa vir comigo, mas sabe que se ficar por aqui será morto. _Disse Balthus a Akuji.

- Não tenho para onde ir e te devo minha vida. Preciso só que me prometa algo, você me ajudará a recuperar minha família.

- Farei o possível para que isso aconteça Akuji e você não me deve nada, você é um homem livre, pode partir quando quiser.

Nascia ali uma amizade inabalável. Os dois seguiram a cavalo ao lado dos escravos até que eles se afastassem das terras de Dion e estivessem mais seguros.

Antes de por o plano em prática, Balthus deixara uma carta a Hagar contando seu plano e mostrando para seu comandante que voltaria e limparia o nome de sua família, que acabaria com os planos do pai e faria de tudo para descobrir o que acontecia naquelas terras. Em nome de Mitra e em nome do Rei da Aquilonia, ele afirmou que faria o certo e deixou claro que precisaria de Hagar em sua volta.

Balthus deixou para trás todos os seus medos e a partir daquele dia se tornara um novo homem, um homem disposto a tudo para honrar seus ancestrais, honrar a Mitra e principalmente a Aquilonia. Ele voltará para a Aquilônia e nesse dia reconquistará tudo que é seu por direito e se tornará conhecido e respeitado, a Aquilonia é a sua pátria, o lugar que ama, ele não deixará que seu nome seja manchado pelo homem que mais odeia, seu pai.

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