Recordar é viver! Leiam abaixo uma das cenas mais divertidas que eu já Mestrei...
Ps. Não tive paciência para revisar, espero que possam relevar alguns erros, e, por favor, OUÇAM O TEMA!
(...)
"A noite em que o grandalhão ditou as regras"
TEMA: http://migre.me/h6RWL
Já era noite quando todos estavam reunidos em volta de uma mesa , enquanto bebiam e conversavam sobre os dias anteriores. Junto ao grupo, um homem sentava-se desleixadamente, apoiando suas botas na mesa, este era Brakius (ou Brak, como gostava de ser chamado). Brakius fora contratado por Beregorn (um acólito de Chauntea, que reside no vale das sombras) para levar doações (grãos) até um vilarejo chamado ‘Pedra de Sol’ e, aproveitando o fato de que Beregorn conhecera o grupo há pouco tempo, estes foram de ‘carona’ em um dos vagões da carroça guiada por Brakius, afinal, o vilarejo em questão era caminho para o novo rumo que os nobres aventureiros tomavam. Foram dois longos dias de viagem, tendo que aturar o freqüente balançar das carroças e as ladainhas desnecessárias de Brak, que se mostrara um homem extremamente grosseiro. No inicio do terceiro dia, chegaram finalmente ao vilarejo, onde resolveram permanecer por um breve tempo para que pudessem descansar com mais conforto. E aqui estamos nós! A primeira, e talvez última, noite do grupo no vilarejo, desfrutando dos serviços da cervejaria local, para felicidade de Brak e Angus (que, ao contrário dos outros, se afeiçoou muito com o mercenário).
Lá estavam todos sentados em volta de uma das muitas mesas de carvalho que preenchiam o salão. Rodgar, Azrael, Brandalford, Mallagar e Balthar contavam as horas para se resguardarem no andar de cima da hospedaria, enquanto seu companheiro Angus beirava a embriaguez ao lado de Brak. O grandalhão se divertia ao lado do mercenário como não fazia há muito tempo, contando muitas historias e rindo de cada situação, como se esquecesse temporariamente dos problemas que vinha enfrentando ao lado de seus companheiros. Os lustres de vela proporcionavam uma iluminação agradável, e os homens das outras mesas bebiam e falavam, quase gritando, enquanto o solene taverneiro (um senhor de bigodes longos) apenas limpava o balcão observando atentamente a todos. As horas foram passando, e a lua cada vez mais alta. Muitos dos campesinos locais, homens de aparência humilde, foram deixando a cervejaria enquanto a noite dava lugar à madrugada, restando apenas alguns homens espalhados, que apresentavam hostilidade entre um gole e outro nas suas respectivas canecas, conversando aos berros. Brandalford já se levantava para subir quando Brak se levantou junto, subiu na mesa e surpreendeu a todos, convidando todos os homens que ainda restaram no recinto para uma aposta. Temendo o que estava por vir, Brandalford sentou-se novamente para observar...
Lá estava ele, um ex-combatente e atual mercenário, desafiando inescrupulosamente todos os homens do local a beberem mais do que ele e, seu mais novo amigo, Angus. Rapidamente muitos homens se aglomeraram em volta da mesa do grupo, despertando a curiosidade e ironia de Azrael (o jovem mago) que alimentou ainda mais as expectativas com exatas oito moedas de ouro. Assim que as moedas de Azrael tocaram a mesa de carvalho, quase todos os homens em volta da mesa coçaram seus bolsos, enquanto outra dupla tomava a frente para desafiar Brak e Angus. Dois homens gordos, de aparência nada amigável, barbas falhadas e dentes faltando na boca, sentaram-se a mesa, enquanto despejavam suas algibeiras recheadas. Azrael, ainda entusiasmado com situação, se prontificou a pagar as rodadas, chamando o taverneiro (para desaprovação de Brandalford, que não concordava com a competição). Quando as canecas cheias foram postas a mesa, Angus sorriu como uma criança, pois se lembrara de sua vida em sua morada, e de como era bom toda aquela bagunça... As moedas não eram nada para o grandalhão, comparando-se a nostalgia do momento, que o fez lembrar (principalmente) de seu velho pai.
A bebedeira começou, ambas as duplas bebiam o mais rápido que podiam, entornando parte da cerveja e acumulando as canecas vazias no centro da mesa. Brak, que já estava quase bêbado, vomitou o assoalho de madeira, para desespero do taverneiro. Restando apenas Angus contra os dois homens hostis, o grandalhão se pois a beber o máximo que pôde, causando a desistência de um deles, que tombou para trás após algumas canecas, sendo ajudado por seus companheiros. Angus persistiu, mas nem mesmo sua resistência nortenha e forte apreciação por bebidas o fez permanecer na competição com aquele homem gordo e sujo. Ele parecia beber as canecas como se houvesse água nas mesmas, sem demonstrar qualquer fraqueza perante o álcool da cerveja. Assumindo a desistência e debruçando-se a mesa, Angus provocou um leve sorriso no rosto de seu adversário, que teria pegado as moedas da mesa, se Brakius (em um surto de fúria) não tivesse se levantado, as pego antes e atirado-as por todo assoalho da cervejaria. A partir desse momento, o caos começou a tomar conta do recinto: Parte dos homens que não estavam na aposta se jogaram ao chão para catar as moedas, enquanto outros, avançaram freneticamente contra todos do grupo (inclusive os que não estavam competindo), derrubando a mesa com as muitas canecas na qual a aposta fora feita.
Além dos dois homens gordos, outros que estavam com os mesmos também tomaram a frente. Angus e Brak, mesmo bêbados investiram contra os muitos homens trocando socos pela cervejaria, enquanto o resto do grupo (não querendo se envolver na confusão) pensava em um jeito de evitá-la. O que começou com uma pequena competição se transformou numa desavença, que não tardou para se transformar definitivamente numa briga generalizada. Mallagar, se afastava com Balthar quando, inevitavelmente fora golpeado no queixo, despertando a fúria de Balthar, que tomou as dores de seu companheiro investindo contra três dos muitos baderneiros. Impossibilitado de deixar seu companheiro sozinho, Mallagar se pois no meio da muvuca tentando tirar Balthar de lá ,acertando quem precisasse acertar para que isso fosse feito. Rodgar subiu em uma das poucas mesas que ainda não haviam sido derrubadas para conseguir um maior ângulo de visão, mas fora derrubado exatamente pelo homem gordo que vencera Angus, sendo atirado diretamente ao chão. No chão, Rodgar fora cercado por dois sujeitos que lhe conferiram a maior surra da noite (apesar do mesmo ter conseguido derrubar um e se desvencilhar antes que o pior acontecesse). Azrael (pobre mago) se encostou na parede tentando evitar o combate direto, espantando possíveis agressores com seu bordão, mas fora surpreendido por um homem robusto que o acertou um soco extremamente forte no rosto, levando-o ao chão. Brandalford se mantinha parado, apenas observando e se esquivando das canecas e garrafas que cortavam o ar, enquanto tentava pensar num jeito de deter a confusão.
A situação estava muito crítica na cervejaria. O sangue no chão tomava um aspecto aguado devido à mistura com a cerveja que se espalhava no assoalho a cada caneca ou mesa derrubada. O som de garras quebrando estava constante e era quase impossível encontrar uma cadeira ou mesa que não estivesse tombada. O pobre taverneiro, assustado, apenas se abaixou atrás do balcão rezando aos deuses para que a tudo aquilo terminasse logo. Enquanto isso, Brak e Angus (mesmo bêbados) não tinham problemas em surrar cada homem que se metesse em seus caminhos, usando também de armas improvisadas como garrafas e até cadeiras. A cada soco dado por ambos, um sorriso era esboçado, como se estivessem satisfeitos com a situação, se divertindo com tudo apesar dos riscos que corriam. Em contrapartida, o resto do grupo não estava nada satisfeito com a balburdia. Balthar se arrependia amargamente de ter entrado na briga a cada segundo que se passava, devido às pancadas que levava sem, sequer, sabia de onde vinham. Mallagar ainda tinha problemas para ajudar seu companheiro Balthar, pois devia se preocupar (também) com as canecas que tiravam um fio de sua cabeça, espatifando-se na parede. Rodgar, após se desvencilhar da surra que levara, se resguardou para se recuperar dos cortes no rosto e o grave inchaço no olho esquerdo. Azrael, que recobrava a consciência após o soco, sentia algo sólido em sua boca e o forte gosto de sangue, este só veio a descobrir do que se tratava, ao cuspir um dos dentes do fundo de sua boca. Tomado por um ódio momentâneo após ver um de seus dentes no chão tomado por um sangue aguado, o mago se levantou e usou e magias para conter seus algozes. Ele disparou flashs intensos das palmas de suas mãos levando alguns dos agressores a um lento estado de cegueira e atordoamento.
Tardou, mas a pancadaria finalmente estava se acalmando, devido ao estado de inconsciência de muitos homens, quando Brakius se dirigiu para porta. Cambaleando de bêbado e avariado, o mercenário gritou Angus (que brigava de forma engajada com um homem), para que ambos deixassem o local e se dirigissem para ‘a ninfa solitária’ (o pequeno bordel do vilarejo). O grandalhão rapidamente nocauteou o bêbado franzino, juntando-se a Brakius na porta de saída. Enquanto isso, o resto do grupo ainda tinha algumas dificuldades para conter os poucos homens que ainda insistiam no combate. O último finalmente fora detido pelo paladino Brandalford, que tanto relutou em participar da desordem. E foi então que todos puderam ver o estado em que a cervejaria se encontrava... Homens estavam jogados por toda parte, uns atordoados por pancadas, outros gemendo de dor, e uns poucos apenas desmaiados de bêbados. Não havia uma mesa que estivesse tombada, tampouco uma garrafa que não estivesse quebrada. Manchas de sangue e pequenas poças estavam por toda parte e (observando com calma) detalhes como dentes e unhas também eram encontrados em meio à desordem... O taverneiro apenas observava tudo de trás do balcão com um olhar de desespero, enquanto o resto do grupo ajudava Rodgar e Azrael a se manterem em pé. Brandalford, sempre altruísta, imediatamente se prontificou a tentar recuperar e arrumar tudo que conseguira na cervejaria (com a ajuda de Balthar e Mallagar), enquanto prometia ao pobre taverneiro que os gastos seriam compensados pelo grupo.
Não demorou muito até que dessem falta de Angus... O grandalhão estava na porta, junto a Brakius, esboçando um enorme sorriso enquanto olhavam para todos antes de partirem para a ninfa solitária. Brandalford tentara impedi-los, mas fora inútil. Tudo que eles puderam fazer fora ouvir ambos gritarem da porta ‘VADIAS!’ antes que deixassem o local, correndo noite adentro rumo ao prostíbulo. O grandalhão teve um dia como nunca tivera desde que deixou suas terras no norte (bebedeira, brigas e prostitutas), e seu coração estava anestesiado pela nostalgia,apesar da severa desaprovação de muitos do grupo (que se feriram e ainda teriam de arcar com os gastos da cervejaria). Tudo que pudera se feito por todos, era ajudar na arrumação do local, pagar uma gorda quantia em moedas ao taverneiro e esperar que Angus retornasse no dia seguinte. Brandalford pensou e repensou no sério sermão que daria em seu companheiro, mas fora aconselhado a “deixar pra lá” por Rodgar:
“Nós estamos numa empreitada muito perigosa, sendo caçados por entidades que desconhecemos e pode ser que amanhã nenhum de nós estejamos vivos. Sei que foi desnecessário, mas não brigue com ele por isso. Se Angus está vivendo a vida da forma dele, é porque ele já aceitou que cada dia em que passa pode ser o último de sua vida. Invejo essa aceitação dele...”
Brandalford acolheu e aceitou as palavras do clérigo, apesar de ter amaldiçoado amargamente o fato deles terem aceitado a maldita carona na carroça Brakius, há três dias atrás
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